As canções, todas elas possuem um tipo de vida e uma sobre vida e ainda que as vezes a gente não consiga captar ou mesmo gerar a essência do sentimento que a gente queria, ainda assim as canções, algumas delas sobrevivem ao tempo, sobrevivem a passagem do tempo, e é o caso destes dois discos, que considero "O Velho E O Novo", considero grandioso e belo ao passo que "Musicas Para Bailar" é um disco mais simples e mais direto, menos elaborado na parte de arranjos de cordas, porem mais elaborado nas camas de teclados.
A parte mais complicada da gravação de uma musica vem a ser a parte de execução e definição de andamento, feito isso todo o restante aguarda sorridente e pacinte para que cada coisa vá para o seu devido lugar.
Ao se perceber ou descobrir o pulso exato tudo o mais se encaixa e até o cantor em alguns casos pode parecer um velho crooner, ao não acertar o pulso e em alguns casos até mesmo o tom, bom ai nem o cantor consegue cantar ou canta sem vida sem paixão pois o próprio as vezes desconhece o pulso e não entra, não encaixa., não sei explicar muito bem, mas posso dizer que hoje em dia toco até gaita ao contrário e em tom diferente e encaixa perfeito, mas quando não encaixa tudo o mais rola sem vida e sem paixão, é não conseguir transpor a barreira que separa o que se pode tocar e o pensamento, mais ou menos isso, tá meio esquisito mas é um tipo de truque, um tipo de mágica que alguns malandros conseguem fingir que sabem muito bem.
Uma Lágrima
The Tear Drop –
Robert Burns (1759-1796)
Meu coração é só
angustia, e lágrimas caem dos meus olhos
Faz muito, muito tempo
que a alegria me é estranha
Esquecido e sem amigos
suporto mil montanhas
Sem uma voz doce que
soe em meus ouvidos
Amar-te é o meu
prazer, e profundo desgosto teu encanto
Amar-te é minha
desgraça, e esta lástima te tenho demostrado
Porém o coração
ferido que agora sangra em meu peito
Se sente como um fluxo
incansável que logo será desfeito
Ah se eu fosse e se
acariciar a felicidade eu pudesse
Abaixo em um arroio
jovem, em um cansado castelo verde
Por ali passear entre
melodias permanentes
Aquela lágrima seca
dos teus olhos
Canção – Robert Burns
Tenho mulher só pra mim
Não divido com ninguém
Ninguém vai me pôr chinfrim
Não ponho chifre em ninguém
Tenho um vintém pra gastar
Graças a quem? A ninguém
Não tenho nada a emprestar
Não empresto de ninguém
Eu não sou senhor de escravo
Nem escravo de ninguém
Com minha espada sou bravo
Mas sem ofensa a ninguém
Quero ser o alegre amigo
Sem tristeza por ninguém
Ninguém se importa comigo
Não me importo com ninguém
El
desdichado - Gérard De Nerval
Sou o tenebroso –
o viúvo – o inconsolado,
O príncipe na torre abolida de Aquitânia;
Morta minh’única estrela – meu alaúde constelado
Porta o Sol negro da Melancolia.
O príncipe na torre abolida de Aquitânia;
Morta minh’única estrela – meu alaúde constelado
Porta o Sol negro da Melancolia.
Na noite tumular,
tu que me consolaste,
Traga-me o Pausílipo e o mar d’Itália,
A flor que agradava tanto ao meu coração triste,
E o parreiral onde o pâmpano à rosa se alia.
Traga-me o Pausílipo e o mar d’Itália,
A flor que agradava tanto ao meu coração triste,
E o parreiral onde o pâmpano à rosa se alia.
Serei Amor ou Febo?
… Lusignam ou Byron?
Minha fronte está rubra, ainda, dos beijos da que reina;
Sonhei na gruta em que nada a sirena,
E por duas vezes,
vencedor, atravessei o Aqueron:Minha fronte está rubra, ainda, dos beijos da que reina;
Sonhei na gruta em que nada a sirena,
Modulando alternadamente na lira Orféica,
Os suspiros da santa e os gritos feéricos.