quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Flavio Bittencourt

Sinceros agradecimentos a Flavio Lucas Bittencourt que participou de forma ativa e exaustiva das gravações e mixagem dos dois discos "O velho e o novo" e "Musicas para bailar", ajudou por exemplo a gravar todas as bases e a definir todos os andamentos, são dele todas as linhas de contra baixo e todas as linhas de guitarra solo, o restante dos instrumentos fui eu quem tocou.
As canções, todas elas possuem um tipo de vida e uma sobre vida e ainda que as vezes a gente não consiga captar ou mesmo gerar a essência do sentimento que a gente queria, ainda assim as canções, algumas delas sobrevivem ao tempo, sobrevivem a passagem do tempo, e é o caso destes dois discos, que considero "O Velho E O Novo", considero grandioso e belo ao passo que "Musicas Para Bailar" é um disco mais simples e mais direto, menos elaborado na parte de arranjos de cordas, porem mais elaborado nas camas de teclados.
A parte mais complicada da gravação de uma musica vem a ser a parte de execução e definição de andamento, feito isso todo o restante aguarda sorridente e pacinte para que cada coisa vá para o seu devido lugar.
Ao se perceber ou descobrir o pulso exato tudo o mais se encaixa e até o cantor em alguns casos pode parecer um velho crooner, ao não acertar o pulso e em alguns casos até mesmo o tom, bom ai nem o cantor consegue cantar ou canta sem vida sem paixão pois o próprio as vezes desconhece o pulso e não entra, não encaixa., não sei explicar muito bem, mas posso dizer que hoje em dia toco até gaita ao contrário e em tom diferente e encaixa perfeito, mas quando não encaixa tudo o mais rola sem vida e sem paixão, é não conseguir transpor a barreira que separa o que se pode tocar e o pensamento, mais ou menos isso, tá meio esquisito mas é um tipo de truque, um tipo de mágica que alguns malandros conseguem fingir que sabem muito bem.



Uma Lágrima
The Tear Drop – Robert Burns (1759-1796)

Meu coração é só angustia, e lágrimas caem dos meus olhos
Faz muito, muito tempo que a alegria me é estranha
Esquecido e sem amigos suporto mil montanhas
Sem uma voz doce que soe em meus ouvidos

Amar-te é o meu prazer, e profundo desgosto teu encanto
Amar-te é minha desgraça, e esta lástima te tenho demostrado
Porém o coração ferido que agora sangra em meu peito
Se sente como um fluxo incansável que logo será desfeito

Ah se eu fosse e se acariciar a felicidade eu pudesse
Abaixo em um arroio jovem, em um cansado castelo verde
Por ali passear entre melodias permanentes
Aquela lágrima seca dos teus olhos




Canção – Robert Burns

Tenho mulher só pra mim
Não divido com ninguém
Ninguém vai me pôr chinfrim
Não ponho chifre em ninguém 
Tenho um vintém pra gastar
Graças a quem? A ninguém
Não tenho nada a emprestar
Não empresto de ninguém
Eu não sou senhor de escravo
Nem escravo de ninguém
Com minha espada sou bravo
Mas sem ofensa a ninguém
Quero ser o alegre amigo
Sem tristeza por ninguém
Ninguém se importa comigo
Não me importo com ninguém



El desdichado - Gérard De Nerval

Sou o tenebroso – o viúvo – o inconsolado,
O príncipe na torre abolida de Aquitânia;
Morta minh’única estrela – meu alaúde constelado
Porta o Sol negro da Melancolia.
Na noite tumular, tu que me consolaste,
Traga-me o Pausílipo e o mar d’Itália,
A flor que agradava tanto ao meu coração triste,
E o parreiral onde o pâmpano à rosa se alia.
Serei Amor ou Febo? … Lusignam ou Byron?
Minha fronte está rubra, ainda, dos beijos da que reina;
Sonhei na gruta em que nada a sirena,
    E por duas vezes, vencedor, atravessei o Aqueron:
    Modulando alternadamente na lira Orféica,
    Os suspiros da santa e os gritos feéricos.

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